quinta-feira, 12 de março de 2009

Quando ele chega à terceira idade

O labrador Bud, 7 anos, – já com os pelos do focinho brancos – cansa fácil quando brinca.

Ao ficarem velhos, cães e gatos precisam de mais atenção e carinho

Entre 7 e 8 anos de idade, a agitada SRD Sashimi começou a mudar de comportamento. “Ela passou a ficar mais quietinha e carente”, explica a dona da gatinha, Fabiolla Mendes Weffort, 20 anos, estudante. E não foi só: perdeu alguns dentes e engordou. Sinais de que o tempo também passa para os bichinhos. É muito difícil definir em que época a velhice chega para os cães e gatos. Os sinais dependem de um conjunto de fatores, como a raça, a alimentação e se o animal teve um acompanhamento constante do médico veterinário.

Em geral, os gatos podem ser considerados “idosos” a partir dos 8 anos. Para os cães isso depende da raça e do porte. Os pequenos só apresentam sinais de velhice entre 12 e 16 anos, enquanto para os maiores a maturidade chega um pouco mais cedo: entre 8 e 11 anos. “O mais importante é conseguir perceber os sinais da idade avançada e entender que está no momento de ajudar o seu companheiro a se adaptar bem às mudanças que vão aparecendo”.


Pedro Seápio/Gazeta do Povo / Depois dos 7 anos, Sashimi sai menos de casa e requer mais atenção de sua dona, Fabiolla.Ampliar imagem

Depois dos 7 anos, Sashimi sai menos de casa e requer mais atenção de sua dona, Fabiolla.

Cuidados

Confira algumas dicas para que seu bichinho tenha uma terceira idade tranquila

- Mudanças muito bruscas no ambiente em que o bichinho vive podem causar um profundo estresse e aumentar o risco de doenças. Por isso, quando for mudar a disposição dos móveis, faça aos poucos e sutilmente.

- Se o animal estiver com problemas de visão, não é aconselhável fazer essas modificações, para que ele continue a circular com facilidade. Se o caso for de artrite, por exemplo, atente para o piso não ser escorregadio.

- Brincadeiras – Se os cães sempre foram acostumados a atividades físicas, é importante que continuem podendo exercê-las mesmo depois de certa idade. As brincadeiras como correrias e jogos de bola normalmente devem ser adaptadas à terceira idade. Não é preciso parar de jogar a bolinha para o seu cão, mas talvez seja prudente jogá-la mais perto e por menos vezes.

- Atenção – Tanto os gatinhos como os cães precisam saber que os donos estão com eles para o que der e vier. Especialmente porque, com a diminuição dos sentidos, podem vir a ficar mais temerosos e dependentes. Adotar um bichinho mais novo pode ser bastante positivo para que tenha uma companhia. No entanto, é importante prestar atenção ao temperamento do seu cão mais velho: nem todos têm paciência para aguentar a energia e as brincadeiras dos filhotes.


Redução da velocidade

Assim como a gata Sashimi, à medida que ficam mais velhos os felinos tornam-se mais parados e menos curiosos. “Geralmente, não saem tanto de casa como antes, procuram locais confortáveis, aquecidos e dormem por longos períodos”; Outras alterações ocorrem pelo desgaste natural dos órgãos dos sentidos. “Os bichanos já não sentem cheiros como antes e nem escutam ou enxergam tão bem”. As doenças mais comuns nessa idade estão ligadas ao mau funcionamento dos rins e do fígado. “Quando doentes eles passam a rejeitar a comida e a fazer pouco xixi”.

Com o avanço da idade, os cachorros também ficam mais acomodados e dormem mais. Foi o que aconteceu com o labrador Bud, que apesar de ter 7 anos, já é considerado idoso pelo seu tamanho – mais de 40 quilos. “De um ano para cá ele está mais preguiçoso e, quando brinca, se cansa fácil”, conta a dona dele, a advogada Juliana Ribas, 30 anos.

Enquanto o corpo envelhece, os órgãos vitais dos cãezinhos também começam a ter problemas. “Com a idade os animais também têm a visão e a audição prejudicadas, enquanto a fragilidade do sistema imunológico aumenta as chances de desenvolverem doenças”.

Dando uma mão

Por todas as transformações que passam, os bichinhos idosos têm necessidades especiais. Em primeiro lugar, é preciso ficar de olho na aparência e no comportamento do animal. “Diante de atitudes não habituais, como as de recusar comida ou de ter dificuldades para fazer cocô, é preciso procurar um veterinário. Esses podem ser sinais de uma doença ou dor que, muitas vezes, são facilmente tratáveis”.

Passar anualmente pela avaliação de um profissional e preencher a tabela de vacinas é fundamental para preservar a saúde do animal. “Não devemos descuidar da prevenção de doenças só porque ele está mais velhinho”.

A alimentação também é um item que requer atenção. Bichos mais maduros devem receber rações próprias para suprir as carências que aparecem com a idade. “Como a produção de anticorpos diminui, é indicado buscar alimentos ricos em vitamina C (antioxidantes), ômega 3 e 6”. No caso dos gatinhos também pode-se contar com rações que facilitam a eliminação das bolas de pelo, uma vez que, em idade avançada, o trânsito gastro-intestinal é reduzido.

Outra preocupação que os donos de cães e gatos idosos devem ter é com a saúde bucal. A partir de uma certa idade, o tártaro dentário tende a acumular entre os dentes e as gengivas, causando a periodontite ou doença gengival. “Para amenizar o problema, é aconselhável realizar a retirada do tártaro uma vez a cada dois anos. A manutenção em casa deve ser feita a cada dez dias, utilizando uma gaze umedecida em movimentos circulares, para limpar os dentes” . É importante evitar doces e comidas que grudem nos dentes.


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