quinta-feira, 26 de maio de 2016

Cinomose - Atualização de informações e o uso da Ribavirina

Atualização de dados sobre Cinomose e Ribavirina.





A cinomose é uma doença infecciosa de canídeos que ocorre em todo o mundo, causada por um morbillivirus, estando intimamente relacionado com o vírus do sarampo e o vírus da peste bovina (Beineke et al. 2009). A gama de hospedeiros naturais do vírus da cinomose canina (CDV) compreende todas as famílias da ordem Carnivora (Deem et al. 2000).
A disseminação do vírus entre o tecido epitelial e sistema nervoso central (SNC) ocorre dentro de 8-10 dias após a infecção, por meio de fluido cerebrospinal ou hematógena, dependendo da resposta imune humoral ou celular do animal (Greene & Appel 2006).
Segundo Elia et al. (2007), a ribavirina provoca mutações no vírus da cinomose canina, acarretando erros catastróficos no genoma do RNA viral.
Pode-se especular que a ribavirina interfere com a RNA polimerase por competição com os nucleósidios naturais e produz erro na terminação da cadeia do vírus (Mangia 2008).
Mangia (2008) demonstraram que a utilização de ribavirina em cães naturalmente infectados apresentando sinais de doença neurológica foi eficaz no tratamento, no contexto da melhoria clínica, com 70% dos animais tratados com ribavirina e 80% dos cães tratados com ribavirina associada ao (Dimetil sulfóxido) DMSO (Mangia 2008).
O efeito antiviral de ribavirina contra Cinomose Canina foi demonstrada in vitro (Scagliarini et al. 2006). A titulação do vírus revelou que os maiores efeitos inibitórios sobre o crescimento viral ocorram com 40 e 20 ug / ml após 24 horas após a infecção, enquanto que, após 48 e 72 horas pós-infecção, apenas 40 ug / ml foi capaz de inibir a replicação viral por 1 log em comparação com o controle não tratado (Scagliarini et al. 2006).
A concentração celular sanguínea permanece em níveis estáveis por até três semanas, após o tratamento com ribavirina, quando há uma diminuição da hemoglobina. Curiosamente, as mudanças na concentração celular de ribavirina estão inversamente relacionadas com alterações na hemoglobina (Inoue et al. 2004). Da mesma forma Mangia (2008) encontrada no 15° dia de administração da droga havia uma diferença significativa entre os dois grupos (ribavirina e ribavirina + DMSO), apresentando uma diminuição acentuada na concentração de hemoglobina no grupo tratado somente com ribavirina.
Cinomose é uma doença que ainda causa muito dano para a saúde animal, causando grande temor entre os proprietários, principalmente devido à sintomatologia nervosa e morte do animal. Infelizmente, ainda não há um protocolo de tratamento bem definido contra cinomose, sendo o tratamento convencional baseado em medicações de suporte.
No entanto, o trabalho desenvolvido por Mangia (2008) foi importante para a utilização de ribavirina in vivo em cães naturalmente infectados com o vírus da cinomose. De fato, embora os resultados sejam preliminares, abriram perspectivas para a implementação de novos protocolos na prática clínica.
Neste sentido, a adição de um fator imunoterapico ao tratamento da cinomose pode atuar como adjuvante durante o tratamento. No entanto, mesmo que a ribavirina seja um promissor antiviral, especialmente se for aplicado na fase inicial da infecção, sua ação parece não surtir substanciais efeitos diretos no vírus quando este já se encontra disseminado no SNC.
A amostra de urina é importante para a detecção do vírus da cinomose canina por R T-PCR, especialmente em animais que apresentam sintomatologia clínica nervosa (Gebara et al. 2004, Amaral et al. 2008). Da mesma forma, Del Puerto et al. (2010) obteve importantes resultados com a técnica de PCR em tempo real na identificação do vírus da cinomose canina em amostras de sangue de cães na fase inicial da infecção, tratando-se de uma boa ferramenta no diagnóstico precoce, visando rápida intervenção terapêutica.
A otimização de ferramentas moleculares que permitem o diagnóstico conclusivo de laboratório anti mortem de Cinomose, é de grande fundamental importância clínica. No entanto, deve-se observar o tipo de amostra clínica a ser submetida para análise, haja vista que o material pode também influenciar significativamente na sensibilidade da técnica (Negrão et al. 2007).

Tendo em vista que, embora a terapia antiviral possa fornecer resultados promissores no tratamento da cinomose canina, os dados disponíveis na literatura ainda são muito incipientes, sobretudo quanto à sua dose, toxicidade e, principalmente, em referência ao seu efeito esterilizante. Neste sentido, é fundamental que novos estudos inerentes à intervenção antiviral na fase inicial da infecção sejam desenvolvidos. Todavia, a vacinação correta ainda é o principal método de prevenção desta enfermidade. 



Resumo geral sobre a doença 



A cinomose é uma doença que atinge todos os canideos, sistêmica, ou seja, pode atingir vários órgãos; altamente contagiosa; causada por um vírus e que frequentemente leva à morte filhotes e adultos.

Um cachorro doente pode manifestar apenas sinais digestivos ou respiratórios.

Qualquer cachorro, em qualquer idade, pode ser contaminado com cinomose de diferentes formas.

O vírus pode ser transmitido na roupa das pessoas ou um cachorro assintomático (aquele que possui a doença, mas não apresenta seus sintomas) que já tem a doença pode passar para outro sadio através de secreções (nasais, fezes etc).

Uma forma comum de contaminação ocorre em canis, potes de alimentação, caixas para transporte, quando se entra em contato com materiais contaminados por um cachorro doente. Daí a importância de desinfecção desses materiais e lugares de uso compartilhado por vários animais.

Os primeiros sintomas da cinomose são:

Falta de apetite

Falta de coordenação motora

Vômito, Diarréia

Febre

Apatia

Convulsões

Cegueira

paresia dos posteriores

Entre outros sintomas neurológicos.

O tratamento, após diagnóstico de cinomose confirmado por exame de laboratório, pode ser bem difícil.

O cachorro doente deve ser isolado para receber tratamento de apoio e antibióticos para auxiliar no combate a infecções secundárias. Por se tratar de um vírus, não há um medicamento específico para o tratamento da cinomose, o que torna sua cura mais difícil.

Filhotes não têm bom prognóstico de recuperação, com taxa de mortalidade bem alta. O tratamento de apoio é feito com a reposição de líquidos perdidos durante a doença, além de oferecer um ambiente limpo e com temperatura agradável.
Se a cinomose evoluir para os estágios finais sem que o cachorro receba tratamento, pode haver danos neurológicos difíceis de tratar, sendo que o veterinário pode sugerir A Eunatásia.

Lembre-se de que cachorros que estejam em tratamento podem continuar a espalhar o vírus por várias semanas, mesmo depois do desaparecimento dos sintomas.

A prevenção é a melhor arma contra este mal em cachorros. Infelizmente, no Brasil apenas 1 em cada 5 cães é vacinado contra a cinomose anualmente. Porém, programas de vacinação em massa podem reduzir drasticamente a incidência dessa doença.

As vacinas contra a cinomose em cachorros não são todas iguais. Infelizmente existem no mercado muitas vacinas que demonstram ser ineficientes na prevenção da doença. Procure sempre fazer suas vacinas em um veterinário, que saberá a melhor vacina para seu cão, de preferência com a vacina importada de países que possuem um controle de qualidade mais rígidos que o Brasil.

A vacina nacional apesar de mais barata, tem funcionado muito pouco no combate esta doença. O barato neste caso sai caro, custa a vida de seu melhor amigo. pense nisto.

Eu em minha clinica, atendo muitos casos de cinomose, especialmente nesta época do ano (inverno), e na maioria dos casos estes cães foram vacinados com estas vacinas, e me doe muito saber que este quase sempre perdem suas vidas por falta de conhecimento de seus donos.

A cinomose é considerada a maior ameaça à saúde dos cachorros depois da raiva. Apesar de ser uma doença grave, nem todos os animais infectados morrem. Estima-se que a taxa de mortalidade varie de 25 a 75% entre os animais doentes. Assim sendo, a resposta do animal à doença parece ser um fator muito importante na sua recuperação.

Porém, apesar desse prognóstico ruim, um cachorro com cinomose precisa receber tratamento médico o mais rápido possível, pois quanto mais cedo o veterinário puder medicá-lo, melhores as chances de sobrevivência.

Vale lembrar que o tratamento da cinomose é sintomático, ou seja, procura diminuir a intensidade dos sintomas decorrentes da doença, enquanto o organismo do animal tenta se recuperar. Tratar dos sintomas é fundamental para diminuir o sofrimento do seu cachorro ou mesmo permitir que ele tenha forças para se recuperar. Mesmo depois de curados muitos cães podem manifestar sintomas neurológicos por toda a vida

·         Orientações gerais durante o tratamento de cinomose que seu cachorro vai precisar:
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·         Orientação de médico veterinário
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·         Água
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·         Dieta leve
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·         Medicamentos
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·         Muito carinho e atenção de você
Procure o veterinário assim que perceber qualquer possível sintoma de cinomose.
·         Entre esses sinais se incluem não apenas apatia e perda de apetite, muito comuns em várias doenças, mas também vômito, diarréia, tosse, respiração ofegante, corrimento nasal e secreção nos olhos.
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·         Procure deixar seu cachorro doente num ambiente bem confortável e longe de outros animais. Deixe-o ficar em um local tranquilo, com temperatura agradável e sem corrente de ar.
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·         Mantenha seu cachorro asseado. Limpe as secreções dos olhos e do nariz, não deixando formar crostas. Uma boa opção para a limpeza é o uso de algodão embebido em soro fisiológico ou mesmo água filtrada.
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·         Deixe água limpa à disposição. A ingestão de líquido é necessária para evitar a desidratação. Cachorros gravemente desidratados podem precisar receber tratamento com soro na veia. Se ele precisar de ajuda para beber água, uma seringa pode ser muito útil para a administração. Mas atenção: sempre em pequenos goles e pelo canto da boca, para ele não se afogar!
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·         Ofereça-lhe uma dieta leve, conforme recomendação do veterinário.
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·         O veterinário também pode receitar medicamentos para tratar sintomas de vômitos e diarreia, caso ocorram.
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·         Dê-lhe os medicamentos receitados pelo veterinário. A medicação geralmente inclui antibióticos para tratar ou prevenir infecção e anticonvulsivos e sedativos para controlar ataques, além dos remédios que podem ser receitados para diarreia e vômito.
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·         Não se esqueça que a vacina é anual, após um ano de vacinado ele esta desprotegido, deve assim ser revacinado todo ano.
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·         Qualquer duvida mande um Email para rabelogeraldo68@gmail.com e terei prazer em responder.

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